quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Vaso e o Oleiro


Ele foi criado com uma finalidade esplêndida, enfeitar a sala do palácio real, seus desenhos e cores foram minuciosamente escolhidos, seu design foi inspirado no artista mais reconhecido que existe.
Estava feliz, pois finalmente depois de anos e anos encostado à parede da olaria, seu dono havia vendido a sua melhor arte, a sua melhor criação para que ficasse exposto no palácio real, um lugar nobre e digno da visitação de reis e príncipes.

Chegando ao seu destino, o vaso foi colocado em uma das pilastras de gesso, que eram delicadamente trabalhada e esculpida á mão. Ao olhar para o redor o vaso viu que haviam muitos como ele, até mais bonitos, grandes e formosos, descobriu que ele não era único e que todos eles serviam para a mesma função: servir de apoio para as orquídeas reais.

Todos que passavam naquela sala, elogiavam as flores e nunca os vasos. Aquele vaso ficou frustrado, porque além de descobrir que não era único, a sua finalidade servia para que outros fossem reconhecidos através de sua funcionalidade. E um belo dia, uma criança foi brincar com o vaso que caiu de sua posição e quebrou.

Enviado as pressas para a casa do oleiro, como uma pessoa em um pronto socorro, se lamentava, pois a dor da frustração era maior do que a dor do seus cacos. O oleiro amava de mais aquele vaso, foi sua melhor criação, doeu muito, mas o oleiro quebrou o vaso todinho e mergulhou seus cacos na agua e o que era um vaso nobre voltava a ser barro.

O oleiro com seu amor, refez o vaso, mas não o pintou nem o adornou, apenas deixou o simples, como um vaso comum, não demorou muito e foi vendido novamente, e o vaso novamente entrava no palácio real, mas ao ser transportado para lá percebeu que não ficaria mais na sala de entrada, mas estava passando para lugares mais secretos e menos acessíveis e ao chegar ao lugar se espantou: estou nos aposentos do rei?

O vaso agora não carregava flores, mas sim o nardo que ungia o rei todos os dias antes dele dormir. O seu valor foi triplicado e sua função era muito mais importante, percebeu que depois de refeito ele se tornara único e importante. Agora ele era o vaso do rei, que transportava a beleza e a unção do rei.

 “Teu amor me desfaz, teu amor me refaz, quebra tudo e faz de novo e de novo”

Deus pode nos quebrar quantas vezes for necessário para que cheguemos mais perto do rei, do rei Jesus, seremos incomuns, e não transportaremos belezas artificiais, mas sim a unção do rei em nossas vidas, e Deus contará com nós.

 Texto: Juventude na Rocha 

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